Entra ano, sai ano, e a “queda do fator previdenciário” vai se tornando cada vez mais utópica.
Em sua coluna no jornal Zero Hora
(jornal de maior circulação no Estado do Rio Grande do Sul), a jornalista
Carolina Bahia intitulou seu desabafo como: “Fim do fator: um engodo”.
Em seu artigo, a jornalista
comenta que a votação do projeto de lei que prevê o fim do fator previdenciário
não ocorrerá antes das eleições e, segundo as afirmações de Leonardo Rolim,
(Secretário de Políticas da Previdência), nem ao menos existe previsão para que
o Congresso venha apreciar a queda do fator previdenciário.
A jornalista ainda é bem enfática
quando afirma: “O grupo criado para
analisar a questão não passa de uma farsa, uma resposta à pressão de alguns
aliados. Às vésperas do recesso, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT),
ameaçou colocar o projeto em plenário. A presidente Dilma tratou de neutralizar
o movimento. Ele foi chamado para jantar no Alvorada e convidado a integrar a
comitiva que foi a Londres. Está tudo armado para que o fim do fator seja mais
uma vez engavetado”.
Fica claro que o governo não tem
interesse em votar pela queda do fator previdenciário, dado, principalmente, ao
fato de não existir nenhuma fórmula substitutiva que não acarrete em
desequilíbrio aos cofres públicos, pois, da maneira com vem sendo debatido o
fim do fator previdenciário, fica claro que não há previsão orçamentária para
comportar os efeitos causados.
Em meio a toda esta longa novela
mexicana, digo, brasileira, o segurado segue perdido em um tormentoso mar de
incertezas, e, na maioria das vezes, arcando com prejuízos causados pelo
desleixo dos seus representantes, afinal, a polêmica que envolve a fórmula do fator previdenciário é uma necessidade que deveria ser
combatida frontalmente, e não ser objeto de sucessivos “engavetamentos”.
O segurado que hoje pensa em
aguardar uma possível queda do fator previdenciário para planejar a sua
aposentadoria, equivoca-se tanto quanto aquele que está a aguardar uma possível
vida em Marte antes de comprar um terreno na Terra.
A aposentadoria necessita de uma
estratégia prévia para ser bem encaminhada, é necessário trabalhar com dados e
sistemáticas de cálculos atualmente existentes, pois o prejuízo pela espera de
algo tão incerto (“fim do fator”)
tende a nunca ser recompensado.
________________Sobre o autor:
Rodolfo Accadrolli Neto. Advogado sócio da Accadrolli Advocacia Previdenciária. Proprietário do site www.aposentadoriadoinss.com.br. Criador e administrador do blog aposentadoriadoinss.blogspot.com. Especialista em planejamento financeiro de aposentadoria. Presta serviço de assessoria jurídica e administrativa especializada em questões de benefícios junto ao INSS. Criador e apresentador do programa “Aposentadoria TV” (veiculado via web: www.aposentadoriadoinss.com.br). Vice Presidente da Comissão Especial do Jovem Advogado de Passo Fundo/RS. Palestrante do 1ª Work Shop sobre aposentadoria especial da Região Norte do Rio Grande do Sul. Diversos artigos publicados.